Saudade dos tempos inocentes
dos sóis não poentes
das brincadeiras sem preocupações
e dos horizontes em vários tons
Saudades dos risos das tardes
sem entardecer
Saudade dos sonhares de martes
sem fim de anoitecer
Saudade do sentimento de infancia
onde a inocencia fazia sua estancia
e onde o borboletar não precisava fazer sentido
e onde as amarguras ainda não tinhamos lido
Saudades dos dias de desenho
e de algo de meu ser
que não mais tenho
Ó! Porque tive que crescer?
Saudade das alegrias infantis
Saudade da fofura perdida
ó, porque na vida
temos que ter tantos fins?
A menina pensa nos bons tempos
e sua Saudadade começa a dançar
com todos os passados ventos
e a ela, eles vieram chamar
Com a Saudade dançou uma valsa
e com os ventos uma desvalsa
Ela ria e ria
Junto a Melodia
Enquanto a dança fluia
e fluia
Até que a Realidade
com certa crueldade
puxou seu braço
e a tirou da dança
a colocou no passo
do fim da infancia
E a fez caminhar no mundo
de bondade e maldade até o fundo
Mas inesperadamente
Ela viu a Saudade
que sem alarde
faz a dança que sente
A menina sorriu
enquanto continou seu caminho
com o exauriu
de seu traço infantil
Enquanto enfrenta a crueldade
do mundo
culpa da Realidade;
a Saudade
com ou sem fundo
Ainda dança
nos interlúdios
como uma criança
sem lamúrios
ignorando tudo ao seu redor
dançando até ao último dó