segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Deshumanimemoração


Ângela viu uma memória a despedaçar
correu rapidamente para com fios
de sentimentos a costurar
Ângela não percebeu que as linhas
de seu ser tinham se transformado em fios
e que ela se tornava essa memória
e tudo o que ela tinha
deixava de ter importância
pois sendo memória, sendo lembrança
ela não precisava de comida,
dinheiro ou bebida
precisava apenas da vida
do sentimento petrificado 
do acreditar ali congelado
e de toda aquela sensação inefável
abraçada, sentida, vivida... algo afável
finalmente... sem necessidade de compressão
ou da interferência das razões humanas
impostas, apenas precisando das chamas
do momento
e se perder numa lembrança de sentimento