quinta-feira, 12 de abril de 2012

Poesia do fim do mundo

O fim do mundo
Destruição
desabar fundo
dilacerando até
as entranhas do coração...

O é não mais é?

Existência limitada
às convenções e possibilidades do social
Esperança de sonhos sepultada
pela harmonia brutal

Desilução
em tudo que ele mais acreditava
Solidão
de razões de viver... Desilusão ladra!

Traição
Bebida amarga
Seu coração
não aguenta mais nada

Ela descobriu
a falta de amor e de amizade
que ela tinha e emitiu
Oh! Facada incandescente de realidade!

Esperar e não viver
Viver a mercê
dos entrelaçamentos
dos dias que correm
Sem acontecimentos
ou arderes que socorrem

Olhos lacrimosos e desesperados
Sua casa, seus sonhos e sua família
Desmoronaram, ao som do chorar sem fim da filha,
da chuva, da terra e dos gritos indignados

Morte
de quem mais amava
Corte
no coração, no viver e na alma

Descoberta
das mentiras saídas de seus lábios
Coberta
feita de lágrimas e aprendizados sábios

Vejo os fins do mundo
dançando a melodia do fim do mundo
Vejo as lágrimas e as lástimas
criarem um um novo rio, um novo mundo

6 comentários:

  1. Caríssima,
    Gostei de "Tempo". Demais, te deixo em boa companhia: com Borges:

    "Para sempre uma porta está cerrada
    E um espelho em vão te aguarda, enorme;
    Parece-te aberta a encruzilhada
    E a vigília, Jano, quadriforme."

    Abraços.

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    1. Muitíssimo obrigada pelo comentário - me deixa muitíssimo feliz saber que vossa pessoa gostou de tempo *_* - e pelo belíssimo trecho de poesia do Borges *_* Quando fui à Argentina no final do ano passado, passei nas galerias pacíficos onde há o centro cultural borges onde tem algumas fotos e exposição de alguns trechos de poemas e entrevistas dele, além de uma exposição de arte moderna e contemporânea e onde também há teatros (não sei se o senhor conheçe o centro, mas senti vontade de citar).

      Para retribuir, deixo-lhe em boa boa companhia com Carlos Drummond de Andrade:

      "E que mais, vida eterna, me planejas?
      O que se desatou num só momento
      não cabe no infinito, e é fuga e vento."

      Abraços.

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  2. Sempre carregados seus lindos versos, que me deixam sempre sem palavras...

    Só acho triste que as vezes as pessoas pensem estar sozinhas, quando elas mesmas se fecham para as pessoas que sempre as admiraram...

    Sou seu fã dona Lary, e seu amigo, sempre!

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    1. Muitíssimo obrigada pelo comentário ^.^

      Idem idem e muito obrigada.

      Abraços ^.^

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