A vida é breve,
mas a arte eternece:
porém, o que dizer quando, por descuido ou fatalidade,
é interrompida a eternidade?
Consumida em lumaréus,
será que as histórias incendiadas irão para os céus?
Será que existem palavras tristes o bastante,
para expressar, com o coração palpitante,
o luto dos séculos que viviam em forma de arte,
que perderam seus baluartes?
Quantas vidas, sonhos, revoluções,
culturas, histórias e corações
também são incinerados
com cada arte que deixa de existir?
Lembro do Museu Nacional mesmo sem elixir
memorial e dos acervos abrigados,
em chamas que representam o meu Brasil:
a Declaração de independência está incinerada
e a cultura está em chamas como nunca se viu,
ao lado da saúde e educação, com suas veredas em labaredas.
De novo dói meu coração ao assistir
a Catedral de Notre-Dame em Paris
sendo vítima de um incêndio!
Não a conheci em materialidade,
desabrochada em fleur-de-lis
de belo compêndio arquitetônico
e semblante icônico.
Apenas conheci a Catedral em espírito
através de Victor Hugo
que me murmurou
por meio de sua prosa em rito
de respeito às poesias dos monumentos
em sua odisseia pelo passar dos tempos.
Parece que as vezes os tempos são cruéis,
e nem às artes são fiés:
Um terrível crime contra a eternidade
em toda sua conjutura!
Com cada bem cultural que perece
toda a humanidade
perde uma parte de sua cultura
(com a respectiva deidade)
e talvez até uma parte de sua alma!
Novo no seu blog e estou gostando... Admirador...
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