quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Exéquias

Lágrimas
Lástimas
Flores, ramalhetes e coroas
Orações, vozes e choros que ressoam.
Um corpo que não tem mais vida
Orações e tristeza pela sua partida.
Indagações.
Quantas indagações...
Porque teve que ser assim?
Porque, afinal, teve que ser assim?
Incomformismo
É o retrato do velório
Quando em juventude e com a saúde a esbanjar
Comformismo
é o que  alguns dizem, em condolencias simplórias
"A morte veio para do sofrimento libertar"
Quando em velhice, com a doença a atormentar
Roubando do corpo e da alma, a paz
Alguns pensam "Entre a vida e a morte? Tanto faz"
Enquanto outros lutam até não poder mais
Pela vida
Se agarram, apenas, enquanto a chama se desvai
À vida
Única certeza dos que ficam
Única certeza de ainda poder fazer algo
Única certeza, em relação ao mundo que habitam,
que não deixa de ser um fardo
Mas é a única certeza da possibilidade de amar
A única certeza da possibilidade de rir e sofrer
A única certeza de poder cair e levantar
A única real certeza de ... viver
Eterna indagação humana
Eterna relação incerta, vã e de esperança
Instável como a linha tênue entre o amor e o ódio
Velório
Abandono dessa certeza
Encontro de outra
A morte, a todos chega
mesmo que vida, exista outra
Tudo que era certo em nossa frágil condição
Partiu junto com a energia que dá movimento ao corpo
Para abrir a porta das respostas, descanso, paz e conforto
E para o incerto, tão quanto o atender das orações
A única maneira de aguentar
é acreditar que a alma repousa em um lugar melhor
ou algo assim...algo assim...  Como um pássaro a cantar
razão que encontrou para sua existencia, o bálsamo que não o deixa só
Aos o que perderam alguém para a dona Morte
Só resta chorar e desejar sorte
Lágrimas...
Lágrimas...
Lágrimas de tristeza, de saudade,
de algum sentimento indizível... OH! Por que...esta fatalidade!?
Lágrimas de arrependimento
Pelo que não se fez e pelo o que não se disse
Eterno tormento.
Nada que, à alma, alise...
Vontade de tirar as flores que prende o corpo ao caixão
E dá um último,longo, abraço
Mesmo que para os que não entendem, não haja razão
Mas nesse abraço
derramando algo da infinita paixão...
Será que sua alma levaria um pouco dela?
A menina pensa...
Enquanto relembra da triste cena...
nunca velha
O beijo lacrimejante na pele fria
A menina vira o rosto
para não mais se lembrar daquele dia
No caso do moço,
do avô, da jovem ou qualquer outro
A partida é mesma
o caixão repousa no jazigo
ao lado das flores e das orações feitas
por familiares, amores e amigos
A cerimônia acaba.
Alguns vão e outros ficam um pouco mais, tristeza que marca
E quando o tempo e a vida ao redor, os obriga a sair.  "A vida tem que continuar"
Saem. Sabendo que um pedaço do seu ser também jaz lá.

2 comentários:

  1. Demorei mt para comentar e ler sua poesia pois qria fazê-lo como fiz agora, sozinho, ao fundo uma bela musica e alem dela apenas o som do vento e por coincidente acaso a chuva e agora uma tempestade veio me fazer companhia nessa leitura =]... agora sobre a poesia, uau, realmente mereceu tds os preparativos, lerei ela mais vezes e tenho certeza q ela demonstrará incrivel emoçao tdas estas vezes...li ouvindo o cd Ghost Opera do Kamelot, nao sei se conhece, mas pra mim foi incrivel uniao.. nem eu esperava isso ><.... continue postando >< tera sempre um fiel leitor, msm q um pouco atarefado e metodico =P uaHuahuahauhau...meus parabens, mais uma otima poesia xD

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  2. obS: nao sei pq meu nome virou 123 ali em cima O_o... mas é pra avisar q sou eu =P

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