quarta-feira, 13 de julho de 2011

Grito silencioso

Ele não tinha lembranças
de sentir raiva maior em toda sua vida
Era uma irascível e chamuscante lança
que fazia seu coração ser sentido como se fosse uma ferida

Aquela raiva profunda
no poço do sentir se afunda
enquanto extrapola os limites do mesmo
Oh! Dilacerante arpejo

Raiva
O fazia brandar infâmias ao vento
Raiva
O fazia brandar desejos de morte alheia sem lamentos
Raiva
Palavrões e frases maldosas eram a forma exprimida dos tormentos
Raiva
O fazia sentir vontade de bater em tudo que ao seu redor existia sem movimento

Aquilo tudo para a raiva virar sumiço
mas ela não ia
ele queria libertar-se dela na forma de um sonoro grito
mas ele sabia que não podia
fazer isso

Pois morava em um apartamento
Oh! prisão moderna de expressões sonoras intensas dos tormentos
a noite
Açoite
do interior que quer se exteriorizar
no amâgo do coração que está a se deteriorar

Só restava soltar um grito silencioso
não ouvível mas enormemente suntuoso
Fechou os olhos e o soltou
Na forma de uma poesia sem palavras ele se exteriorizou

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